Wednesday, March 31, 2004
Nessa noite rabusquei as folhas onde escrevia e reparei na forma como descrevia um marido capaz de amar as sombras que eu pintava.
Eduardo tinha surgido por obra do acaso ou quem sabe de um destino mais poderoso do que eu sentia quando sentia esse poder.
A sua estadia prolongou-se e a fotografia de uma mulher igual a mim, estava pendurada na capa de um livro que eu nao gostava !
Chamava-se Rain . Os seus olhos eram negros , brilhantes, profundos...
Separava-nos um vazio ensurdecedor mas no vazio do horror eu atirava pedras e colhia ecos que decifravam pergaminhos .
Pensei no convite de Eduardo para fazer parte do seu filme e achei que a India devería ser um caminho a percorrer.
Fechei a gaveta e desisti de ler.
O luar brilhava sobre o jardim e a água chamava-me como se naquela água existisse uma fonte capaz de me dar a leveza que eu procurava .
Francisco dormia enquanto eu pensava porque é que o meu corpo era uma nudez vestida com armaduras de aço e o amor um desafio que me prendia em cavernas escuras e amaldicoadas .
Desci as escadas e pisei a relva tentando digerir o vinho bebido ao jantar.
Eduardo era cumplice da natureza , parecia que decifrava segredos e transformava-os em fumo .
- Andas a fugir de ti ? Pergunta -me como uma sombra
- Estava precisamente a fazer o contrario! Respondi-lhe .
- Quando te procuras perdes-te? Continua ele provocando-me
- Que disparate! Deixa-me estar sozinha! Pedi-lhe
Eduardo sublinha a frase do livro que traz na mão e repete-a
-“ Gostava de te ver a boca aberta , devorando a camada ozono, envenenado , insaciavel e faminto” !
- Essa frase é minha! Onde foste buscar isso? Perguntei assustada
Ele continua a ler
- O unico homem que beijei de olhos abertos fez uma viagem interminavel...
- Que procuras aqui Eduardo? Onde pretendes chegar?
- Nao tenhas medo de mim Sara! Acreditas no destino? Pergunta-me
- Depende do que consideras Destino. Respondi enquanto não me ocorria nada que me salvaguardasse da aproximação do seu corpo .
Eduardo tinha surgido por obra do acaso ou quem sabe de um destino mais poderoso do que eu sentia quando sentia esse poder.
A sua estadia prolongou-se e a fotografia de uma mulher igual a mim, estava pendurada na capa de um livro que eu nao gostava !
Chamava-se Rain . Os seus olhos eram negros , brilhantes, profundos...
Separava-nos um vazio ensurdecedor mas no vazio do horror eu atirava pedras e colhia ecos que decifravam pergaminhos .
Pensei no convite de Eduardo para fazer parte do seu filme e achei que a India devería ser um caminho a percorrer.
Fechei a gaveta e desisti de ler.
O luar brilhava sobre o jardim e a água chamava-me como se naquela água existisse uma fonte capaz de me dar a leveza que eu procurava .
Francisco dormia enquanto eu pensava porque é que o meu corpo era uma nudez vestida com armaduras de aço e o amor um desafio que me prendia em cavernas escuras e amaldicoadas .
Desci as escadas e pisei a relva tentando digerir o vinho bebido ao jantar.
Eduardo era cumplice da natureza , parecia que decifrava segredos e transformava-os em fumo .
- Andas a fugir de ti ? Pergunta -me como uma sombra
- Estava precisamente a fazer o contrario! Respondi-lhe .
- Quando te procuras perdes-te? Continua ele provocando-me
- Que disparate! Deixa-me estar sozinha! Pedi-lhe
Eduardo sublinha a frase do livro que traz na mão e repete-a
-“ Gostava de te ver a boca aberta , devorando a camada ozono, envenenado , insaciavel e faminto” !
- Essa frase é minha! Onde foste buscar isso? Perguntei assustada
Ele continua a ler
- O unico homem que beijei de olhos abertos fez uma viagem interminavel...
- Que procuras aqui Eduardo? Onde pretendes chegar?
- Nao tenhas medo de mim Sara! Acreditas no destino? Pergunta-me
- Depende do que consideras Destino. Respondi enquanto não me ocorria nada que me salvaguardasse da aproximação do seu corpo .
